sexta-feira, 19 de junho de 2015

SANTUÁRIOS DE ROMA: BASÍLICA DE SÃO PAULO EXTRAMUROS

Em março último estive visitando um dos primeiros templos cristãos construídos após o fim do longo e terrível tempo das perseguições movidas por Roma contra o Cristianismo, o Santuário dedicado à São Paulo.

Esse santuário foi construído sobre um antigo cemitério, localizado fora dos muros de Roma, exatamente sobre o local onde se encontrava o túmulo do Apóstolo Paulo, por isso o nome extramuros. A basílica de São Paulo é uma das mais importantes igrejas de peregrinação em Roma.

Foi construído durante o reinado do Imperador Constantino e, quando se tornou pequeno para os padrões do cristianismo vigente, foi reconstruído em maiores dimensões, com cinco naves.

Quando em julho de 1823 foi praticamente destruído por um incêndio, o Papa Leão XII fez um apelo para levantar fundos visando a sua reconstrução, sendo prontamente atendido não só pelos católicos como também por seguidores de outras crenças como o rei do Egito, Fuad I que ofereceu como doação colunas de alabastro e o Czar Nicolau I que doou blocos de malaquita e lápis-lazúli para os altares laterais do transepto, que é uma galeria transversal à nave, como podemos ver na planta da basílica.

Para facilitar a compreensão da nomenclatura usada, ou seja da arquitetura , apresento a planta da basílica com suas diversas partes:  a letra A é o pórtico (entrada da basílica),a letra B é a nave central da igreja e a letra C mostra o lugar do transepto ( retângulo) e da abside ( extremidade ,em semicírculo de uma basílica romana). 




Também chamada Basílica Papal de São Paulo Extramuros, é uma das quatro basílicas papais de Roma junto com a de São João de Latrão; de Santa Maria Maior e a magnífica basílica de São Pedro.

Em 10 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX consagrou a "nova" basílica em presença de vários cardeais e bispos que tinham vindo à Roma para a proclamação do Dogma da Imaculada Conceição.

Chegando à basílica vemos:


Um pórtico coberto em estilo neoclássico com um lindo mosaico de cores fortes fazendo um belo contraste com as colunatas e o jardim com a estátua de São Paulo com a espada.


No pórtico encontramos à direita a porta santa que só é aberta pelo Papa durante o jubileu (Ano Santo).

Explicação sobre a porta santa e à esquerda planta da basílica.


Ainda no pórtico vemos as estátuas de São Paulo.


E de São Pedro.


Internamente vemos a nave central e dois corredores de cada lado com 80 colunas.
A parte interior da abside (arco ou abóbada), com o arco triunfal é o que restou da antiga basílica após o incêndio.


O mosaico do arco triunfal é original do séc. V com o tema "Apocalipse de João" com o busto de Cristo rodeado pelos 24 doutores da igreja.
Ainda no arco, São Pedro e São Paulo estão à direita e a esquerda e São Paulo aponta para baixo, provavelmente para seu túmulo que está sob o altar.


O mosaico da semicúpula da abside, uma obra de Pietro Cavallini, apresenta Cristo com São Pedro, Santo André, São Paulo e São Lucas.


Altar-mor


Abaixo do arco triunfal baldaquino. Vemos também o teto em estilo renascentista.


O magnífico baldaquino sobre o altar.


A longa série de 263 medalhões representa todos os papas entre São Pedro e São João Paulo II, foi iniciada sob o pontificado de Leão Magno, no século V.


Capela 


Túmulo de São Paulo sob o altar com suas relíquias colocadas num sarcófago sob uma laje de mármore na cripta da basílica. Corrente com a qual São Paulo foi martirizado.


Blocos que restaram da antiga basílica, expostas na parte externa.



Grandiosa foi a vida de  São Paulo,que era judeu e cidadão romano, bem como sua morte.Antes de sua conversão era conhecido como Saulo e perseguia os discípulos de Jesus.A caminho de Damasco teve uma visão de Jesus e a partir de então começou a pregar o evangelho cristão,viajando pelo mundo e evangelizando pagãos.



Sendo cidadão romano, não podia ser crucificado. Foi então decapitado pela espada, no ano 67. Conta-nos a tradição que sua cabeça, rolando ao solo, saltou três vezes e fez brotar três fontes que podem ser vistas ainda hoje na Igreja de San Paolo alle Tre Fontane, na via d'Ostia, em Roma

"Combati o bom combate,terminei minha carreira,conservei a fé". (2 Tm 4,7)

sábado, 13 de junho de 2015

SANTO ANTÔNIO DE LISBOA OU SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA


Em viagem à Lisboa conheci a Igreja de Santo Antônio de Lisboa que fica no Largo de Santo Antônio da Sé. Essa igreja nos proporcionou uma grata surpresa pois sua fachada simples não condiz, em absoluto, com o maravilhoso interior,abundante em mármore e rico em obras de arte nas diversas capelas. Ela foi construída no local onde Santo Antônio nasceu e viveu parte de sua vida e ao visitá-la podemos conhecer também a cripta que guarda parte de um osso do corpo do santo.Além de linda é uma igreja acolhedora e dentro dela "respiramos" respeito e espiritualidade onde os devotos do santo e turistas vindos dos mais diversos lugares do mundo rezam com muita devoção.




Internamente encontramos :

Na entrada da igreja.




Nave unica onde vemos ao fundo o altar-mor e algumas das capelas laterais. Podemos observar o teto em abóboda e o piso com magníficos adornos.





Capela-mor.




Cúpula.





Acima cobertura da capela-mor. Abaixo da balaustrada uma faixa do teto do subcoro.




Capela de Nossa Senhora da Natividade com a imagem de Nossa Senhora de Fátima sobre o altar.





São Francisco de Assis.





Capela de Santo Antônio.





Capela de Nossa Senhora da Conceição com imagem de São José e o Menino Jesus sobre o altar.





Sacristia com uma capela ao fundo e a direita acesso à cripta de Santo Antônio. Vemos também parte do teto todo trabalhado.





Ainda o interior da sacristia ricamente decorada com lindos azulejos do século XVIII nas paredes e sobre um móvel vemos imagens de santos portugueses e castiçais em bronze.





Parede de azulejos





O quarto onde Santo Antônio nasceu e viveu sua infância foi preservado.





Cripta (visão externa e interna ) com relíquias.







Local frente à cripta onde o Papa rezou na igreja.





Santo Antônio de Lisboa também chamado de Santo Antônio de Pádua.

Apresento agora um breve resumo da vida desse Santo, padroeiro de Lisboa e Doutor da Igreja, Santo que dedicou sua vida aos pobres e à conversão através de seus sermões.

No dia 13 junho, a Igreja Católica celebra o dia de Santo Antônio de Pádua, um dos santos mais populares, venerado no mundo todo e, em especial em Pádua, na Itália onde foi construída uma basílica que acolhe seus restos mortais. São estimadas pelos fiéis as imagens e estátuas que o representam com o lírio, símbolo da sua pureza, ou com o Menino Jesus nos braços, que lembram uma aparição milagrosa mencionada por algumas fontes literárias.

Santo Antônio Nasceu em Lisboa, em uma família nobre, por volta de 1195, e foi batizado com o nome de Fernando. Começou a fazer parte dos cônegos que seguiam a regra monástica de Santo Agostinho, primeiramente no mosteiro de São Vicente, em Lisboa, e depois no da Santa Cruz, em Coimbra.

Em Coimbra, em 1220, foram expostas as relíquias dos primeiros cinco missionários franciscanos martirizados no Marrocos, sensibilizado o jovem Fernando, pediu para deixar os cônegos agostinianos e converter-se em frade franciscano, tomou o nome de Antônio e partiu para o Marrocos para trabalhar entre os muçulmanos.

Lá contraiu uma doença e precisou voltar à Itália onde, em 1221, encontrou São Francisco. Depois disso, viveu por algum tempo totalmente recluso em um convento perto de Forlì, no norte da Itália. Por ocasião de uma ordenação sacerdotal, Antônio mostrou ser dotado de fluência e ciência o que fez com que seus superiores o destinassem à pregação, iniciando então um trabalho de combate à heresia. Começou assim, na Itália e na França, uma atividade apostólica que levou muitas pessoas que haviam se separado da Igreja a retomarem sua participação e engajamento na vida eclesial.

Foi nomeado como superior provincial dos Frades Menores da Itália Setentrional e continuou com o ministério da pregação, alternando-o com as tarefas de governo. Concluído o mandato de provincial, retirou-se para perto de Pádua, local em que já havia estado outras vezes. Depois de apenas um ano, morreu em Arcella, no dia 13 de junho de 1231, com apenas 36 anos de idade.

Santo Antônio foi canonizado por Gregório IX em 30 de maio de 1232. É um santo de grande popularidade, principalmente nos países latinos, onde o povo costuma invocá-lo para encontrar objetos perdidos e auxiliar moças solteiras a encontrar noivos.

(Fonte: Cadernos Franciscanos, "Santo Antônio e a devoção Popular", de Frei Adelino Pilonetto, Ofmcap).

Lenda do Pão de Santo Antônio: Certa vez Santo Antônio ,que nunca deixava sem nada os pobres que iam bater à porta do convento, pegou todo o pão da dispensa e deu-o a uns pedintes.Quando o cozinheiro percebeu o desaparecimento do pão, achando que havia sido roubado,comunicou o irmão Antônio que pediu-lhe para voltar e ver melhor.Voltando à dispensa o cozinheiro verificou que os pães estavam no lugar.Desde então os devotos comem o pão abençoado no dia 13 de junho para ter fartura de alimentos em casa.

Lenda do santo casamenteiro: Certa vez Santo Antônio ajudou uma moça pobre a se casar.Ela não tinha dinheiro para o dote e Santo Antônio disse-lhe que tivesse fé.Pouco tempo depois surgiram moedas de ouro na casa da moça.Desde então, quem procura um pretendente pede ajuda ao santo.