Em março último estive visitando um dos primeiros templos cristãos
construídos após o fim do longo e terrível tempo das perseguições movidas por
Roma contra o Cristianismo, o Santuário dedicado à São Paulo.
Esse santuário foi construído sobre um antigo cemitério,
localizado fora dos muros de Roma, exatamente sobre o local onde se encontrava
o túmulo do Apóstolo Paulo, por isso o nome extramuros. A basílica de São Paulo
é uma das mais importantes igrejas de peregrinação em Roma.
Foi construído durante o reinado do Imperador
Constantino e, quando se tornou pequeno para os padrões do cristianismo vigente,
foi reconstruído em maiores dimensões, com cinco naves.
Quando em julho de 1823 foi praticamente destruído
por um incêndio, o Papa Leão XII fez um apelo para levantar fundos visando a
sua reconstrução, sendo prontamente atendido não só pelos católicos como também
por seguidores de outras crenças como o rei do Egito, Fuad I que ofereceu como
doação colunas de alabastro e o Czar Nicolau I que doou blocos de malaquita e
lápis-lazúli para os altares laterais do transepto, que é uma galeria
transversal à nave, como podemos ver na planta da basílica.
Para facilitar a compreensão da nomenclatura usada, ou seja da arquitetura , apresento a planta da basílica com suas diversas partes: a letra A é o pórtico (entrada da basílica),a letra B é a nave central da igreja e a letra C mostra o lugar do transepto ( retângulo) e da abside ( extremidade ,em semicírculo de uma basílica romana).
Também chamada Basílica Papal de São
Paulo Extramuros, é uma das quatro basílicas papais de Roma junto com a de
São João de Latrão; de Santa Maria Maior e a magnífica basílica de São Pedro.
Em 10 de dezembro de
1854, o Papa Pio IX consagrou a "nova" basílica em presença de vários
cardeais e bispos que tinham vindo à Roma para a proclamação do Dogma da
Imaculada Conceição.
Chegando à basílica vemos:
Um pórtico coberto em estilo neoclássico com um
lindo mosaico de cores fortes fazendo um belo contraste com as colunatas e o
jardim com a estátua de São Paulo com a espada.
No pórtico encontramos à direita a porta santa que
só é aberta pelo Papa durante o jubileu (Ano Santo).
Explicação sobre a porta santa e à esquerda planta
da basílica.
Ainda no pórtico vemos as estátuas de São Paulo.
E de São Pedro.
Internamente vemos a nave central e dois corredores
de cada lado com 80 colunas.
A parte interior da abside (arco ou abóbada), com o
arco triunfal é o que restou da antiga basílica após o incêndio.
O mosaico do arco triunfal é original do séc. V com o tema
"Apocalipse de João" com o busto de Cristo rodeado pelos 24 doutores
da igreja.
Ainda no arco, São Pedro e São Paulo estão à direita e a esquerda e São
Paulo aponta para baixo, provavelmente para seu túmulo que está sob o altar.
O mosaico da semicúpula da abside, uma obra de Pietro Cavallini, apresenta
Cristo com São Pedro, Santo André, São Paulo e São Lucas.
Altar-mor
Abaixo do arco triunfal baldaquino. Vemos também o teto em estilo renascentista.
O magnífico baldaquino sobre o altar.
A longa série de 263 medalhões representa todos os papas entre São Pedro
e São João Paulo II, foi iniciada sob o pontificado de Leão Magno, no século V.
Capela
Túmulo de São Paulo sob o altar com suas relíquias colocadas num
sarcófago sob uma laje de mármore na cripta da basílica. Corrente com a qual São Paulo foi martirizado.
Blocos que restaram da antiga basílica, expostas na
parte externa.
Grandiosa foi a vida de São Paulo,que era judeu e cidadão romano, bem como sua morte.Antes de sua conversão era conhecido como Saulo e perseguia os discípulos de Jesus.A caminho de Damasco teve uma visão de Jesus e a partir de então começou a pregar o evangelho cristão,viajando pelo mundo e evangelizando pagãos.
Sendo cidadão romano, não podia ser crucificado. Foi então decapitado pela espada, no ano 67. Conta-nos a tradição que sua cabeça, rolando ao solo, saltou três vezes e fez brotar três fontes que podem ser vistas ainda hoje na Igreja de San Paolo alle Tre Fontane, na via d'Ostia, em Roma
"Combati o bom combate,terminei minha carreira,conservei a fé". (2 Tm 4,7)